domingo, 22 de novembro de 2009

Convergindo...

Participação. Esta palavras resume, ainda que de maneira simplista, o contexto do livro "Cultura da Convergência", escrito pelo professor e diretor do programa de Estudos de Mídia Comparada do MIT, Henry Jenkins.



Um dos maiores pensadores sobre a internet, Jenkins falou ao Programa Milênio, da GNT, sobre a questão da convergência, não pelo lado tecnológico, mas como um processo cultural que estimula a participação dos usuários/consumidores nas decisões que antigamente ficavam restritas aos interesses dos veículos e marcas. O autor destaca: "Vivemos num mundo onde histórias fluem facilmente através de diversas plataformas midiáticas, num mundo em que fazer mídia é tão importante quanto consumir mídia, num mundo onde as pessoas que conhecemos on-line são tão reais quanto nossos vizinhos". Para Jenkins, a convergência como um processo cultural, refere-se ao fluxo de imagens, idéias, histórias, sons, marcas e relacionamentos através do maior número de canais midiáticos possíveis, um fluxo moldado por decisões originadas tanto em reuniões empresariais quanto em quartos de adolescentes, moldado pelo desejo de empresas de mídia de promoverem ao máximo suas marcas e mensagens e pelo desejo dos consumidores de obter a mídia que quiserem, quando, onde e como quiserem, e por meios ilegais se for impossível por meios legais.



Meios de comunicação de massa ainda exercem um tremendo controle sobre a sociedade. As cinco maiores empresas de mídia dos EUA controlam grande parte da mídia disponível, mas, ao mesmo tempo, vivemos num mundo onde praticamente não há filtros de informação. Portanto, há duas visões de mundo bem distintas. Uma delas se baseia no consumo constante e na absorção de mensagens criadas pelos grandes centros midiáticos, e outro é baseada na produção pulverizada de mídia, em que as idéias veiculadas no Youtube são consideradas tão essenciais à cultura quanto aquelas veiculadas em redes de televisão. Eis a raiz de uma sociedade em rede. Henry Jenkins explica que em grupos de discussões de fãs ou em grupos de discussões políticas, uma pergunta aparece, alguém logo a responde, e todos da comunidade têm acesso à informação. Portanto, em vez de prepararmos crianças em escolas onde ainda incentivamos o aprendizado autônomo, deveríamos ensinar a elas como participar da produção coletiva do conhecimento, como compartilhar conhecimento, como depender da experiência alheia e fazer com que elas percebam o poder que têm por serem autoridades em algum assunto.



Controle?! A informação está em todas as partes



A tendência social está cada vez mais voltada para o partilhamento de informações, ainda mais com as ferramentas tecnológicas que temos à disposição. A convergência de mídias, de relações culturais não tem como ser freada. Com a Internet, a informação foi sendo democratizada, chegando a um número bem maior de pessoas, que por sua vez, também produzem conteúdo.
A convergência informativa é muito positiva, desde que haja discernimento também com relação a conteúdos de cunho duvidoso. Entretanto, verdeiro ou não, o conhecimento de inúmeras situações chegam aos montes, todos os dias.

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