quarta-feira, 4 de março de 2009

A revolução do Jornalismo pela Web

Com o novo meio de comunicação, a web, o Jornalismo ganhou um aliado em divulgações.
Através da Internet é possível que o jornal impresso atinja um maior número de pessoas, acompanhando o ritmo acelerado da evolução tecnológica.
Todos os jornais que desejam participar dessa revolução, devem passar por processos, que são as três fases da transposição do texto.
A definição de webjornalismo apresentada por Luciana Mielniczuk (2003) em “Sistematizando alguns conhecimentos sobre jornalismo na Web”, a saber: “webjornalismo diz respeito à utilização de uma parte específica da internet, que é a Web”. Ou seja, é o jornalismo desenvolvido para essa parte da rede, que, como observa Mielniczuk, disponibiliza interfaces gráficas de uma forma bastante amigável.
Mielniczuk divide a produção do webjornalismo em três fases: primeira geração ou fase da transposição, segunda geração ou fase da metáfora e terceira geração ou fase da exploração das características do suporte Web.
No primeiro desses momentos, o jornal on-line na Web é somente a transposição de matérias das edições impressas para o site. Para Mielniczuk, dessa forma, a disponibilização de informações jornalísticas na Web fica restrita à possibilidade de ocupar espaço, sem explorá-lo enquanto suporte que apresenta características específicas.
Um exemplo local dessa fase de transposição, simples e pura, é o jornal regional diário Correio do Sul.

Correio do Sul

Na segunda geração, o jornal impresso é usado como metáfora para a elaboração das interfaces dos produtos. No entanto, as publicações já começam a explorar potencialidades como links, e-mail e hipertexto. Surgem as seções “últimas notícias”.
Pode-se dizer que os recursos fornecidos pela web não são utilizados em seu todo, apenas aquele necessário para criar um pequeno diferencial.

Hoje em Dia

Na terceira geração, estão os sites que vão além da idéia de uma versão para a Web de um jornal impresso já existente. Nessa fase, os produtos jornalísticos apresentam recursos de interatividade, opções para configuração do produto de acordo com interesses pessoais de cada leitor/usuário, utilização de hipertexto como uma possibilidade na narrativa jornalística de fatos, além da atualização contínua no webjornal, não apenas na seção “últimas notícias”.
A Folha de São Paulo é exemplo pleno de um jornalismo impresso que fez a transposição total para a web, utilizando de uma redação independente e recursos de interatividade.

Folha Online


Como funciona uma redação online

Para que a terceira geração da transposição do texto aconteça é preciso que a redação independente do jornal impresso, que se responsabiliza pelas informações via web seja composta por profissionais comprometidos. A equipe funciona basicamente com os seguintes elementos: o designer administra as informações do site; os repórteres que produzem as matérias dentro dos padrões da web; os editores que se responsabilizam pela revisão e transposição dos textos, entre outros.

Potencialidades do webjornalismo

Marcos Palacios (2002), em “Jornalismo Online, Informação e Memória”, aponta seis características para o jornalismo desenvolvido para a Web: Multimidialidade/Convergência, Interatividade, Hipertextualidade, Personalização, Memória e Atualização Contínua.
Palacios ressalta que essas características refletem as potencialidades oferecidas pela internet ao jornalismo desenvolvido para a Web.

“Deixe-se claro, preliminarmente, que tais possibilidades abertas pelas Novas Tecnologias de Comunicação (NTC) não se traduzem, necessariamente, em aspectos efetivamente explorados pelos sites jornalísticos, quer por razões técnicas, de conveniência, adequação à natureza do produto oferecido ou ainda por questões de aceitação do mercado consumidor. Estamos a falar, fundamentalmente, de potenciais que são utilizados, em maior ou menor escala, e de forma diferente, nos sites jornalísticos da Web.” (Palacios, 2002).

A seguir, um resumo das características apontadas por Palacios:

Multimidialidade/Convergência - Refere-se à convergência dos formatos das mídias tradicionais (imagem, texto e som) na narração do fato jornalístico. Palacios explica que a convergência torna-se possível em função do processo de digitalização da informação e sua posterior circulação e/ou disponibilização em múltiplas plataformas e suportes, numa situação de agregação e complementariedade.

Interatividade - Diz respeito à possibilidade de o usuário, diante de um computador conectado à Internet e acessando um produto jornalístico, estabelecer relações: a) com a máquina; b) com a própria publicação, através do hipertexto; e c) com outras pessoas – autor(es) ou outro(s) leitor(es) – através da máquina (Lemos; Mielniczuk apud Palacios, 2002).

Hipertextualidade - Possibilita a interconexão de textos (texto entendido como bloco de informação sob o formato de escrita, som, foto, animação, vídeo e outros) através de links (hiperligações) e o acesso, também a partir de links, a outros sites relacionados ao assunto.

Customização do Conteúdo/Personalização - Também denominada individualização, consiste na opção oferecida ao usuário para configurar os produtos jornalísticos de acordo com os seus interesses individuais. Há sites noticiosos que permitem tanto a pré-seleção de assuntos quanto a sua hierarquização e escolha do formato de apresentação visual.

Memória - Acumulação de informações. Segundo Palacios, tal acumulação se torna mais viável técnica e economicamente na Web do que em outras mídias.

Instantaneidade/Atualização contínua – Palacios ressalta que a rapidez de acesso, combinada com a facilidade de produção e de disponibilização, propiciadas pela digitalização da informação e pelas tecnologias telemáticas, permitem extrema agilidade de actualização do material nos jornais da Web. Com isso, pode haver um acompanhamento contínuo em torno do desenvolvimento dos assuntos jornalísticos de maior interesse.

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