quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Mobilização política na era digital

A campanha de Barack Obama foi marcada e teve sucesso graças ao trabalho comunitário. Segundo estudiosos da mídia como Robert Niles, da Online Journalism Review, o trabalho junto às bases sociais seria inviável sem a internet e sem os sites e softwares baseados na interatividade comunitária. A internet pode não ter dado a grande massa dos votos conquistados por Obama, mas ela foi o grande diferencial que permitiu que a campanha do senador democrata por Illinois conseguisse decolar, no ano passado quando ele ainda era considerado um azarão na corrida eleitoral.

A estratégia comunitária de Obama começou a se delinear em outubro de 2007 no momento em que grupos de ativistas jovens começaram a usar sites como Meet Up e Move On para arrecadar pequenas contribuições em dinheiro. Em janeiro de 2008, num momento crítico para a definição das possibilidades eleitorais de Obama, os caciques do partido Democrata tiveram que curvar-se diante do fato de que o então pré-candidato conseguiu arrecadar 28 milhões de dólares só em contribuições feitas pela internet.

90% dos 250 mil doadores online de Barack Obama mandaram menos de 100 dólares para a campanha. Cem mil mandaram menos de 10 dólares, indicando como o trabalho de base passou a ser importante como alternativa à política tradicional. O esforço coletivo e descentralizado para juntar doações gerou a chamada Onda Obama na Web.

Num artigo publicado pelo site Harvard Business Publishing definiu a equipe do presidente eleito como o grupo mais inovador em matéria de administração surgido nos últimos anos. Para Haque “a estrutura de campanha de Obama está para as campanhas tradicionais como a empresa Google está para uma empresa convencional”.

Mais uma vez, a explicação está no trabalho das bases comunitárias articuladas em rede na internet. A tecnologia permitiu expressar eleitoralmente algo que Obama tinha muito e McCain não: a experiência de trabalho comunitário.

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